Um dos equipamentos mais importantes da composição de uniforme de um
policial é o cinto de guarnição. Para quem não sabe, o cinto de
guarnição é um cinto que cobre o cinto tradicional, e em vez de segurar
as calças tem como função primordial deixar livres as mãos do policial,
já que muitos equipamentos são transportados individualmente pelos
policiais durante o serviço: algemas, arma de fogo, canivete, lanterna,
agentes químicos, bloco de anotações, munição etc.
O que alguns policiais não sabem é que os cintos de guarnição, se mal
utilizados, podem gerar danos à saúde – principalmente ortopédicos. Um
cinto sobrecarregado pode levar mais de 10 quilos de equipamento, peso
não muito adequado para a resistência da coluna. Vamos tratar deste e
outros aspectos neste post.
Evitando danos causados pelo cinto de guarnição
Segundo especialistas,
são três os principais fatores de desconforto no cinto de
guarnição: peso sobre o cinto, pressão dos equipamentos no corpo (cinto
apertado) e pressão dos equipamentos quando o policial está na viatura.
No primeiro caso, a dica óbvia é evitar sobrecarregar o cinto de
guarnição. Há quem porte equipamentos quase que por enfeite, avolumando a
silhueta mas prejudicando a coluna vertebral. Se precisar carregar
muitos equipamentos, aproveite-se dos bolsos existentes em algumas capas
de coletes a prova de balas, distribuindo o peso confortavelmente por
outras partes do corpo.
Outra saída é a utilização de suspensórios, que são eficazes na
distribuição do peso do equipamento por cima dos ombros e do tórax, e
não apenas na cintura. Eles possibilitam que o cinto fique menos
apertado, reduzindo a pressão exercida sobre o estômago e a área de
cintura. Mas há a fragilidade na segurança, pois pode ser usado como uma
“alça”, no caso de embate corporal com um suspeito.
É prudente evitar pôr objetos ‘duros’ sobre a coluna lombar (parte de
trás do cinto). Algemas transportadas na parte de trás do cinto podem
criar dor nas costas, pois exercem pressão constante sobre a parte
inferior das costas quando se está sentado no banco da viatura. Fora do
carro, assim posicionada, pode ser perigosa em uma queda, atingindo a
coluna vertebral gravemente.
Características de um bom cinto de guarnição
No artigo “Ergonomics and police duty belts“, a ergonomista Kathy Espinoza aponta as seguintes características como sendo adequadas para um cinto de guarnição policial:
- Bordas arredondadas e acolchoadas na parte inferior e superior: cintos com bordas duras tendem a ser contundentes contra as costas, enquanto um cinto com bordas arredondadas e acolchoadas na parte superior e inferior se conformam melhor ao corpo;
- Cintos finos são menos incômodos, segundo o estudo. O ideal é que o cinto possua cerca de 5cm de altura;
- São preferíveis cintos de nylon, que são flexíveis e leves;
- Escolha um cinto que tenha regulagem livre, evitando muita folga (operacionalmente inadequado) e muito aperto, pressionando a região pélvica e os quadris desconfortavelmente. Geralmente cintos com fivela de metal não possuem essa flexibilidade.

Em resumo, quando se trata de adquirir um equipamento policial, a
palavra de ordem é: “conforto”. Com tantos desgastes já naturais na
atividade policial, é bom evitar exigir do corpo além do necessário.
Fica a dica…
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